Estou no auge dos meus 27 anos. E acho que tenho 18. É porque os adultos que eu conheci quando criança, mesmo os de 30 e poucos, são completamente diferentes do que eu sou hoje.
E aí vai uma gigante lista de curiosidades nada adultas sobre mim:
Meu salário não dá pra nada;
Eu jogo videogame (quando dá tempo);
Não tenho religião e acho um saco ir à igreja;
Não tenho carro, nem moto, e nem vontade de ter;
Tenho carteira, mas odeio a ideia de aprender a dirigir;
Trabalho com criatividade;
Tenho um único banco físico e outro digital, mas zero cartões físicos, porque venceram e não consigo conciliar o horário do banco com o meu horário de trabalho;
Não tenho casa própria, e nem o universo sabe quando vou ter;
Não tenho, e nem quero ter filhos. Mas tenho gatos;
Não assisto TV aberta. Tenho uma única televisão LCD (nem LED é), sem antena e sem smart, que só funciona com um Fire Stick com app de filmes. E sério: eu gosto dela. Não queria trocar por uma maior, 4K ou LED;
Não olho a caixa de correio. Na verdade, ela está destruída e ninguém nunca ligou;
Não tenho plantas em casa, porque os gatos comem;
Não passo roupa;
Nunca tive um talão de cheques (amém);
Conheço pouquíssimos vizinhos, e tá ótimo assim;
Não sei o nome de várias ruas e me localizo pelo Google Maps;
Talvez a coisa mais cara da minha casa seja um computador que eu mesmo montei, que nem é lá dos mais caros, e uso pra trabalhar e, às vezes, jogar;
Não tenho carteira de trabalho física, só a digital;
Não sou casado, mas tenho união estável só porque precisava desse documento. Se não, a gente só continuaria morando junto mesmo;
Minha aliança não é de ouro, e não vejo valor nisso;
Odeio ir ao dentista, e só superei esse medo por forças maiores;
O som da notificação do WhatsApp me dá gatilho e ansiedade. Então eu desabilitei;
Fico com medo de pegar um ônibus ou metrô em lugares que não conheço, com receio de me perder;
Não tenho paciência pra assistir a um filme inteiro e geralmente vejo em pedaços. Apesar de gostar;
Não sei como as pessoas que trabalham com números não morrem de tédio;
Minha letra é horrível e só escrevo em letra de máquina;
Quase não uso papel, só digital;
Não sei cortar reto com a tesoura;
Não sei descascar com faca, só com aquela “giletinha”;
Uma lata de cerveja é o suficiente pra me deixar alto;
Minha louça não combina e eu não sei o que é metade das coisas que vendem nas lojas de utilidade;
Eu choro à toa, e nem escondo mais isso;
Não tenho decoração de Natal. Temos uma árvore miúda só porque minha esposa gosta, mas nem usamos (os gatos também gostam dela);
Conto amigos nos dedos;
Ouço mais podcast do que assisto TV;
Faço terapia;
Muitas das coisas que tenho foram meu pai que me ajudou a conquistar;
Não gosto da ideia de fazer concurso, apesar de já ter considerado;
Já me inscrevi em dois concursos, mas por motivos de saúde mental, não fiz as provas.
Eu gosto de cozinhar e me viro até muito bem, mas tenho medo de quando o ovo espirra;
Se isso é ser adulto, então talvez ser adulto nunca tenha sido o que me disseram que era.